“Como se caracterizam esses equipamentos? Preferimos uma classificação sob um triplo critério: população, interesses e dimensão física que, no nosso modo de ver, melhor completa os eventuais dados colhidos junto á população e aos líderes culturais.
a) microequipamentos especializados – são equipamentos importantes na escala da pequena cidade ou do bairro da grande cidade: de dimensões reduzidas, são voltados para um único campo do lazer, seja físico (quadras, piscinas, parques infantis, jardins), manual (clube de jardinagem, de artesanato), intelectual (biblioteca, auditório), artístico (cineclube, ateliês de arte) ou associativo ( clubes, associações). Estas atividades tendem a ser desenvolvidas para uma população restrita e com interesse bem definido. Uma política urbana de lazer deve criar todas as condições para a sua efetivação, o que, num plano ideal, iria até à concessão de espaço e subsídio financeiro. São equipamentos importantes para a difusão cultural;
b) equipamentos médios de polivalência dirigida – quando se prevê o atendimento a uma grande população, com interesses diversificados, a melhor solução, ainda, é a dos chamados centros culturais, equipamentos que abrangem instalações para os diferentes interesses no lazer (físico-esportivos, manuais, intelectuais, artísticos e sociais); esta solução é preferível à implantação de equipamentos isolados, na medida em que permite ao indivíduo despertar para outros interesses que não o seu próprio; esta modalidade é indicada, sobretudo, para a cidade média ou polos populacionais de metrópoles, onde os riscos de isolamento sócio-cultural são maiores;
c) macro-equipamentos polivalentes – trata-se, no caso, de equipamentos suficientemente amplos, de forma a permitirem que a população deles se aproprie segundo os mais diferentes interesses; sua característica principal é o verde e a natureza, colocados à disposição de uma população urbana carente desse aspecto; é o caso dos clubes de campo, dos grandes parques e jardins; são equipamentos que se tornam importantes na razão direta do crescimento da cidade, quando a opressão do cimento gera a nostalgia; para as metrópoles, portanto;
d) equipamentos de turismo social – sejam urbanos (de recepção e hospedagem de turistas sem recursos, em visita à cidade), sejam não-urbanos (campings, colônias de férias, pousadas).”
* CAMARGO, Luís Octávio de Lima. Recreação Pública. Cadernos de Lazer, 4, São Paulo, SESC: 29-36, maio de 1979.
TEXTO N. 8 publicado dia 13 DE JANEIRO DE 2012
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